Cora engravidou num tempo onde os patrões costumavam abusar de suas escravas. Sua sinhá era incapaz de gerar no ventre uma criança e ficou muito insatisfeita ao saber que Cora havia engravidado de seu marido e a expulsou de casa em seu oitavo mês de gestação.
Cora passou dias e noites andando perdida no mato debaixo de sol e de chuva.
Deu à luz uma linda criança, mas não resistiu às dores do parto.
Os escravos estavam procurando Cora há muito tempo na floresta e ao ouvir um choro de criança, encontraram a menina sobre o corpo da mãe. A criança recebeu o nome de Maria Firmina, para que firme continuasse vivendo e no lugar onde o corpo de sua mãe foi enterrado, nasceram lindas flores e um rio, o encantado Rio Vermelho. Alguns escravos diziam que o rio tinha esse nome pelo sangue presente no nascimento da menina e na morte da mãe.
O Rio Vermelho era cheio de peixes e em suas correntezas boiavam flores alaranjadas, brancas e violetas, mas os lenhadores cortavam tantas árvores que aos poucos ele sumiu enquanto Maria Firmina crescia esperta e sapeca.
A lenda diz que o Rio Vermelho renasceu em um lugar muito distante e desconhecido, no caminho das montanhas, onde os ventos se cruzam, onde o sol se esconde.
Maria Firmina, a menina da pele escura que brilhava como as estrelas da noite aprendeu a ler sozinha, pois ninguém poderia ensinar aquela escravinha. O grande sonho de Maria é se tornar uma grande escritora e acredita que no Rio Vermelho encontrará sua maior inspiração.
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